terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

O seminarista Gilson Klaus, da Arquidiocese de Natal, participou da 10ª Experiência Missionária, da Diocese de Santarém/PA. Gilson escreveu um texto, relatando a experiência. “Ide sem medo para Servir” (Papa Francisco)



O seminarista Gilson Klaus, da Arquidiocese de Natal, participou da 10ª Experiência Missionária, da Diocese de Santarém/PA. Gilson escreveu um texto, relatando a experiência.
“Ide sem medo para Servir” (Papa Francisco)
No mês de janeiro passado, tive a graça de participar de mais uma experiência missionária na Amazônia, desta vez na Paróquia de San’Ana. em Arapixuna, Diocese de Santarém. no Estado do Pará. Foram 30 dias de aprendizado que me fizeram viver um verdadeiro retiro espiritual, em que o povo pregava com as suas histórias, dores e felicidades. Tudo na Amazônia encanta: a beleza da floresta, a imponência dos rios e a fé do povo que permanece fiel mesmo diante das intempéries da vida. 

Fazer missão, sair da área de conforto é entender que a mensagem de Jesus está no meio da vida e do mundo, sempre pronta para ser encontrada. Para minha vida enquanto pessoa e depois como candidato ao sacerdócio tudo foi aprendizado, luzes que serão indispensáveis para a minha caminhada. Na história da salvação há uma lei interna: aquele que se sente chamado é também um enviado. Não pode ser diferente. Quem se sente amado, sente a necessidade de testemunhar o amante. Por isso, no famoso “Ide” de Jesus aos discípulos, estão presentes os cenários e os desafios sempre novos da missão, e hoje todos somos chamados a esta nova “saída missionária”.
Os momentos vividos me ensinaram a viver o desapego, a ser mais flexível às questões que iam surgindo e a confiar e esperar sempre em Deus. O encontro com as pessoas foram encontros com o próprio Jesus. As visitas, as histórias de vida que iam sendo partilhadas revelavam o tesouro deste povo: a Fé. E tudo isso me ensinou a escutar mais, a acolher o diferente, a valorizar as coisas simples e a estar em constante atitude de gratidão a Deus; ouvi muitas histórias de pessoas que perderam tudo que possuíam, mas permaneceram fieis. Foram muitos Josés e Marias, Joãos e Martas, Franciscos e Franciscas, Joaquins e Anas, na Costa do Marimarituba, na Vila Amazonas, em Aninduba, no Picãe, no Alto Jari, no Jari do Socorro e em Arapixuna, comunidades por onde passei e de onde levo muito aprendizado. Em cada rosto, vi Deus, senti também como exemplo de vida a forma como conseguiam combater tantas adversidades.

A experiência me ensinou que é preciso ter um coração aberto e desapegado para ser feliz, e nesta experiência eu senti isso, muitos corações se abriram para acolher-me como também os outros missionários; ganhamos pais, mães, irmãos, amigos, e aqui me vêm à memória as palavras de Jesus: “E todo aquele que por minha causa deixar irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, terras ou casa receberá cem vezes mais e possuirá a vida eterna” (Mt 19, 29). Poderia contar imensas histórias que vivi no mês em que estive em Santarém, mas o mais importante desta minha experiência foi saber que, com estes meus irmãos no coração da Amazônia, estive mais perto de Deus. Voltei para o RN com a certeza absoluta de que não vale a pena pedir mais, quando alguns nada têm; que não vale a pena reclamar, não vale a pena guardar para si aquilo que pode ser compartilhado.


Agradeço a Deus pela oportunidade de viver esse momento, como também pela convivência fraterna com os irmãos seminaristas, padres, os missionários que nos acompanharam, as famílias que abriram as portas de suas casas e de seus corações, as pessoas que nos serviram e todo povo de Deus. Não esquecerei os sorrisos, abraços, apertos de mãos e lágrimas. Como diz a canção: “Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser generosas”.
Maria Mãe da Igreja, Rainha da Amazônia, rogue por todos nós!

Seminarista Gilson Klaus Barbalho
(Arquidiocese de Natal, Rio Grande do Norte)

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